terça-feira, 30 de setembro de 2014

Reflexões pessoais para votar com consciência


Ainda não decidi em quem votar. Frustrantemente, este ano, entre as opções não há ninguém para quem eu possa levantar bandeira.

Com base em reflexões pessoais e na pesquisa de perfil de candidatos no Estado (http://www.sindifiscope.org.br/noticias-detalhe.php?idNoticia=6246), pensei em alguns critérios para eliminação de possibilidade de votos equivocados:

1)      Ficha limpa
2)     Que tenha uma profissão digna, que não preencham o campo de formulários “Profissão” com “Vereador”, “deputado”, “senador”
3)      Que não seja empresário – é conflito de interesses
4)      Que não misture política com religião
5)      Que não tenha preconceitos
6)      Que não seja viciado em drogas lícitas ou ilícitas

Informações para considerações complementares:

1)      O Brasil, depois do Haiti e Panamá, é o país da América Latina com o menor número percentual de mulheres na política
2)      O número de políticos negros é diminuto

Antes de mais nada, apelo para o exercício do "binômio admiração-discordância = O paradoxo da divergência sem desunião". Saber atacar e debater as ideias, não as pessoas. 

Diante do quadro atual, na minha maneira pragmática de pensar, sei que em Dilma não vou votar. Mera representante do status quo atual. Não me atrevo a torna-la o bode expiatório, apesar de nunca ter lhe dado meu voto (principalmente por não partilhar da máxima de que “os meios justificam os fins” quanto ao que falam de seu histórico). Amigos que estimo e admiro me surpreendem fazendo até militância pelo atual governo. Alguns pelo partido, pela ideologia, sei lá mais porquê. Claro que coisas boas foram feitas, afinal, ao menos um pouco do muito dinheiro do povo brasileiro tem que chegar a ele! Mas a análise global é desesperadora. Não estou dizendo que foi melhor ou pior que governos anteriores. Mas como votar em algo que não está bom?

Para um partido que já está há 12 anos  no poder! Qual o saldo? Como está o Brasil? O BRASIL! Sim, porque EU estou bem. Pertenço a uma microminoria de concursados, com bom salário e trabalho digno e construtor da nossa sociedade, entre outros que também estão “bem”. Mas e o resto do país???? “Melhorou”, dizem os defensores do atual governo.

Mas não vejo esta melhora. Principalmente para 12 anos de governo! Basta olhar nos noticiários, na situação precária do povo. Há anos ando por escolas e hospitais públicos, convivo com pessoas das classes menos favorecidas. Não. Não vejo melhora à altura de 12 anos de governo.

Continuamos com o sistema de saúde desumano, o sistema de Educação péssimo, a criminalidade avassaladora, os piores casos de corrupção, a impunidade, a droga, a violência, a omissão da massa crítica pensante,  a qualidade de vida nas grandes cidades cada vez pior, o próprio nível cultural da população, baixo, piorado por um país onde se vende mais TV de má qualidade que livros, e livros são mais caros que no Canadá, França ou Alemanha.

Como votar em quem passou 12 anos aí pra termos o que temos hoje, na dita 7ª economia do mundo?!

Por essas e outras, prefiro votar no incerto – fico com o “benefício da dúvida” - do que naquilo que vem certamente comprovando ser ruim.  E adoto a maravilhosa e atual frase de Eça de Queiroz: “Políticos e fraldas precisam ser trocados regularmente, pelo mesmo motivo.”


Um comentário:

CLARA EMILIE disse...

Infelizmente, agora as coisas pioraram para mim... certamente não vou votar em quem já teve 12 anos ´pra realmente mudar a realidade do país, e além de fazer pouco para a larga oportunidade que teve, aviltou o país com escândalos inadimissíveis. Há uma banalização dos crimes de todo tipo no Brasil. Há países em que por muito menos, governantes pediram exoneração. Aqui, os atuais governantes sequer se envergonham da corrupção em seus governos, e os brasileiros partidários do atual governo se defendem com o argumento de que outros "governos" também tiveram corrupção. Este é o país em que os sonegadores são considerados "espertos". Defendo os interesses do povo. Sou antielitista. Mas o PT quebrou o paradigma de que representaria as defesas apresentadas pelo nosso nobre Darcy Ribeiro. Não tenho esperanças pra tentar tampar o sol com a peneira. As migalhas de benfeitorias do atual governo, na minha opinião, se ofuscam ante às corrupções, e ponderadas ao prazo que tiveram para realmente transformar o país.

Do outro lado nesta eleição, está a representação das elites...estou entre a cruz e a espada. Será que há "o menos ruim"? Vai surgir uma disputa suja nestes dias...

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