segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Teorias da Educação e Conscienciologia: Aproximações

Quando se pensa em ensino e aprendizagem, Parker Palmer, Malcolm Knowles, Donald Schön, Paulo Freire, Moacir Gadotti, José Manoel Moran e outros grandes colaboradores da Educação apresentam propostas que se aproximam do paradigma consciencial, posto que começam a perceber as limitações do paradigma científico vigente. Na minha opinião, educação, didática e a relação ensino-aprendizagem têm muito a ver com Conscienciologia e com a tarefa do esclarecimento, visto que estes temas contribuem para a evolução da consciência

Muito trabalho tem sido desenvolvido com a finalidade de ampliar a aprendizagem dos alunos. A Educação já vem sendo considerada uma proposta mais abrangente do que o Ensino. Como disse um grande Educador brasileiro, José Manoel Moran: “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos [...] é ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no desenvolvimento de suas habilidades [...] para que se tornem cidadãos realizados e produtivos”.

Portanto, os próprios profissionais da pedagogia já reconhecem a Educação como um processo mais abrangente do desenvolvimento humano, um dos objetivos conscienciológicos.
Existe uma busca por aperfeiçoamento das metodologias de ensino, visando à educação. Penso que esta reflexão possa ser ainda mais útil àqueles que atuam como professores, seja na docência conscienciológica, seja nas demais práticas docentes. Mas vale a pena cada um refletir quanto ao papel que lhe cabe como cidadão, como responsável pela sua própria educação e como consciência (ser, self, ego, alma) ímpar, cujo interesse básico é seu próprio desenvolvimento, evolução.

Volto ao objetivo deste artigo: identificar os pontos em comum da área da Educação com a importância da consciencialidade, qualidade da vivência do paradigma consciencial, cujos pilares são a holossomática (existência de vários veículos de manifestação compatíveis com as várias dimensões), multidimensionalidade (a existência de várias dimensões – física e extrafísicas nas quais a consciência se manifesta), a multisserialidade (o processo evolutivo da consciência através de muitas vidas), bioenergética (abordagem energética dos seres vivos) e autopesquisa (estratégias evolutivas de autoinvestigação e amadurecimento consciencial).

Escolhi alguns dos principais autores estudados e busquei sintetizar suas principais contribuições para o aperfeiçoamento da educação e da didática no ensino. Parker Palmer destaca a importância do autoconhecimento do professor, e a importância da manutenção da autenticidade, da integridade e da interatividade com os alunos. Autoconhecimento implica em autopesquisa, conhecer nossos pontos fortes e pontos fracos, e buscar o autodesenvolvimento, tal qual é o propósito do curso Teoria e Prática da Autopesquisa do INTERCAMPI. Malcolm Knowles trouxe grandes contribuições quanto às especificidades do ensino de adultos. Ressalta aspectos que precisam ser considerados pelos professores que pretendam garantir uma boa didática, boa relação ensino-aprendizagem e “transferir” conteúdos pré-definidos. Na docência conscienciológica o professor é o agente retrocognitor que lembra ao aluno o que ele já sabe, o seu período intermissivo e o seu compromisso com a programação existencial (proéxis).

Donald Schön destaca a importância da reflexão-na-ação, o aprender fazendo, a importância da práxis no ensino. Em Conscienciologia e Projeciologia, a palavra teática traduz a importância da vivência teórica e prática. Na aula de Conscienciologia vale mais o discernimento e parapsiquismo quanto ao trabalho da equipe extrafísica e o amparador de cada aluno que sabem o que é mais importante para ser dito naquele momento. Finalmente, Paulo Freire, que, além de reconhecer a necessidade da justiça social, da defesa dos oprimidos, da pedagogia da autonomia, trouxe a proposta da pedagogia transformativa e emancipatória. A importância do aprender a aprender, do aprender a pensar, da interdiciplinaridade dos temas, do aproximar o ensino da realidade do aluno, do ato dialógico no processo da educação. Preocupava-se também com a situação planetária, introduzindo a ecopedagia. Moacir Gadotti ressalta a proposta de Freire de uma Educação como ato de produção e de reconstrução do saber, e como ato de prática de liberdade. Tudo isso se aproxima dos valores conscienciológicos relacionados à inteligência evolutiva, à cosmoética, ao fraternismo e ao universalismo.

Para os conscienciólogos, é possível verificar a sobreposição de valores e interesses da nova pedagogia com os propósitos da Conscienciologia. Há mais de duas décadas, o prof. Waldo Vieira, propositor da Conscienciologia e da Projeciologia, já ressalta a importância da necessidade do investimento de cada pessoa em sua evolução: educação e autoeducação consciencial, envolvendo o homem de forma integral e multidimensional. Por outro lado, educadores têm apresentado abordagens interessantes para que os professores aperfeiçoem sua tarefa do esclarecimento.

Penso que Educação e Conscienciologia se afinizam e se complementam. Seria produtivo inserir mais Conscienciologia na pedagogia atual e aproveitar as contribuições dos grandes educadores para inserir mais didática na docência conscienciológica. Para pesquisas futuras, podemos questionar:Quais as limitações da didática convencional? Quais as limitações do professor de Conscienciologia que não compreende nem aplica a paradidática? É preciso entender a paradidática.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ainda sobre Projeto de Vida

Li mais um artigo sobre Projeto de Vida. É interessante ver este tema ser abordado dos mais variados prismas. Das religiões reencarnacionistas até o famoso Coaching - que vem sendo empregado para gerentes de alto desempenho nas empresas. De programas pedagógicos nas escolas públicas, à exemplo do CETEB na Bahia, às palestras magnas de Congressos Internacionais. Não há dúvidas quanto à importância deste tema, sobre o qual eu poderia escrever várias páginas. Mas vou me limitar a pequeno comentário na minha própria experiência: desde a adolescência que elaboro objetivos e metas de vida, de acordo com os desejos, necessidades, sonhos. Mas quando elaborei meu projeto de vida, sob o prisma conscienciológico (multiserialidade, muldimensionalidade, bioenergias), considerando-me uma consciência em contínua evolução, minha vida ganhou todo um novo sentido. Foi mais fácil fazer escolhas, organizar-me melhor, ter experiências de vida de maior qualidade, ampliar a assistencialidade a outras pessoas, e assim encontrei mais satisfação pessoal. Ainda há muitos desafios, objetivos a serem atingidos, dificuldades - e imaturidades, a serem superadas. E rever periodicamente meu projeto, devidamente registrado no papel, que atualizo todos os meses e insiro em minha agenda pessoal, me motiva a prosseguir diante das dificuldades e mantém meu entusiasmo, entre tantas razões para viver - e viver bem - ou da melhor forma possível. Dicas para os objetivos: autoconhecimento; saber diferenciar desejos de necessidades; e usar nossa inteligência evolutiva.
Para aqueles que possam questionar o prisma da consciência em evolução, só posso replicar com a frase "tenha suas próprias experiências". Para mim, se acaso eu fosse apenas "virar pó" depois desta vida, ainda assim valeu ter encontrado um paradigma que tornou minha vida maior e melhor ;-). Afinal, cabe a cada um encontrar seu caminho.

Compartilho trecho do texto lido (http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=20047):

Os Mestres ensinam que o que vale são as experiências. E, inclusive, salientam que muitas vezes um erro pode ser muito mais importante que um acerto, já que o erro mostra claramente uma mudança que devemos adotar em nosso caminho. Por que não mudar? Mudar, transformar é fundamental. Muitas vezes deixamos de fazer coisas diferentes justamente porque estamos totalmente comprometidos com nossos desejos e respostas racionais aceitáveis. Queremos tanto um resultado, estamos tão focados num objetivo, que não abrimos uma aresta sequer, para que o destino se manifeste de uma outra forma. Com isso condicionamos respostas e, ao mesmo tempo, brigamos com resultados que não nos fazem felizes. Se perdoar pelo passado, ter sido como foi, faz parte de um processo maior de libertação.

Trinômio Conscienciológico Motivação-Trabalho-Lazer

Esta semana li uma mensagem que me fez refletir sobre a importância do trabalho. Comecei a trabalhar com 14 anos. Desde cedo, portanto, o trabalho configurou-se como uma das minhas prioridades, que por vezes, questionei se estava desequilibrando outras áreas da minha vida. Hoje reconheço e aceito esta prioridade com tranquilidade. Por esta razão, o pensamento lido encaixou-se na minha postura com relação ao trabalho, resumindo meu norte de vida profissional. O pensamento foi citado como de origem Zen, por Domenico de Masi, Sociólogo Italiano, no livro “O Ócio Criativo” e diz:
“Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu tempo livre, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a religião. Distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou se divertindo. Ele acredita que está sempre fazendo as duas coisas ao mesmo tempo.”

Este pensamento é condizente com o trinômio motivação-trabalho-lazer conscienciológico. Ressalta a importância da satisfação profissional, entendendo o trinômio como ferramenta de evolução da consciência dentro do paradigma consciencial. Vale lembrar que muitos de nós que trabalhamos, dedicamos grande proporção de nossa jornada cotidiana ao trabalho que escolhemos.

Apesar da tão almejada satisfação profissional, inúmeras pessoas não encontram satisfação em seu trabalho, e outras sequer conseguem um trabalho. Lembrando que é necessário termos a lucidez de que a satisfação profissional não envolve apenas um bom salário, mas também prazer pelas tarefas que desenvolvemos.

Várias razões podem ser apontadas como causas desta incompletude. Mas à luz do paradigma consciencial, que considera a consciência em busca de sua evolução pessoal através de várias vidas, e do ponto de vista da multidimensionalidade, podemos elencar algumas causas cruciais. As prioridades, as escolhas, e, principalmente, a falta de autoconhecimento de si – seus traços fortes, talentos; seus traços fardos – imaturidades e dificuldades pessoais; seus traços faltantes – traços fortes que precisam ser desenvolvidos. Assim, a pessoa faz escolhas profissionais não condizentes com suas qualificações e, muitas vezes, díspares com suas próprias necessidades pessoais, por não se conhecer sufucientemente para saber no que seria bem sucedida. Soma-se a estas questões, a importância da consciência procurar ajustar sua vida profissional à sua programação existencial – isto é, a programação à qual se propôs, antes de ressomar (iniciar esta nova vida).

O reconhecimento de que somos consciências em evolução através do tempo motiva o desenvolvimento de lucidez voltada para o uso de nossa inteligência evolutiva, facilitando a recuperação de cons (unidades de lucidez), incentivando-nos a investir na nossa autopesquisa e permitindo-nos identificar nossas reais necessidades e prioridades. Com isso, ajustamos a nossa bússola consciencial. O resultado é a potencialização das chances do completismo existencial, isto é,o cumprimento daquilo que programamos para esta vida – incluindo a qualificação da nossa assistência às demais pessoas, o que muitas vezes também se dá no nosso cotidiano profissional.

A vivência do trinômio motivação-trabalho-lazer traz satisfação íntima, convivialidade sadia com os colegas, o sentimento de sentir-se útil e em contínuo crescimento profissional e pessoal. Cada dia vivenciado torna-se gratificante, prazeroso, motivador, sendo, portanto, decisivo no processo de evolução da consciência.

Para reflexões adicionais, vale a pena ler artigo fonte, de João Luís de Almeida Machado, Editor do Portal Planeta Educação (http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=1577).