terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Consumismo x Consumo Consciente

compartilho artigo que a amiga Vera me enviou com algumas reflexões complementares.

A notícia está detalhada no site

"O lado sujo da indústria limpa
Segundo agência do governo da Califórnia, Brasil e outros países do Terceiro Mundo recebem lixo eletrônico, que tem componentes tóxicos como chumbo e mercúrio"

Dados-síntese:

1) UM bilhão de PCs serão descartados mundialmente entre 2005 e 2010
2) 500 milhões de PCs contêm, aproximadamente, 2.872.000 toneladas de plástico, 718.000 toneladas de chumbo, 1.363 tonelada de cádmio e 287 toneladas de mercúrio.

Toda esta problemática do lixo se volta para a necessidade do consumo consciente. Retomo a velha estória de que prevenir é melhor do que remediar. É intrigante porquê o ser humano faz tantas escolhas, que lhes retornam em prejuízos de todos os tipos.

Ainda ontem quando comentei o caos que estava no "Atacadão dos Presentes" no sábado, por conta de compra de material escolar, e desisti de comprar o material de Iuri, especulávamos as razões que faziam as pessoas se submeterem àquilo e passarem horas na fila! Único tempo livre é o sábado? Não têm programa melhor pra fazer?
Foi quando Fernanda comentou a cultura que valoriza o comprar. Como até mesmo a mídia investe em convencer as pessoas de que sair para as compras é um lazer! De fato, pra muita gente, é um bom programa de final de semana ir aso shopping.

Mas a cultura do ter, a síndrome do consumismo não acrescentam em nada à felicidade tão almejada por todos. Pelo contrário, amplia o vazio existencial e angústias das pessoas. Eis alguns fatos sintomáticos dos padrões consumistas:

1. Constante ansiedade por ter. Vamos descobrir "o segredo" do Ter, anunciam best sellers. E tantos milhares de pessoas "vão à luta", ávidos por conquistar a realização de seus tantos desejos.
2. Vem as frustrações pelos desejos não satisfeitos (os budistas são bem inteligentes quando pregam os desejos como "fonte de insatisfações").
3. Por outro lado, uma vez conquistado algo, uma pequena compra, ou um grande sonho, frequentemente, pouco tempo depois, retorna o vazio, aquela sensação de incompletude.

4. Indisciplina e caos das finanças pessoais, resultante de ações consumistas impensadas. Lembro de um colega ter me criticado porque comprei um modelo de carro inferior ao "top de linha", ou tantos que questionam porque se eu posso comprar um carro zero, só compro o Mille popular. Alguns até já me rotularam de "mão-fechada"! Por que será que é tão difícil entender que não tenho interesse em carrões? O que preciso é que o carro funcione perfeitamente. Até tenho minhas necessidades de luxo: ar-condicionado = conforto e segurança e um rádio para ouvir as notícias na CBN ou boa música quando estou cansada. Outra: o que economizo entre a compra de meu carro e o que as pessoas acham que eu deveria comprar, invisto nas minhas férias - viagens que me rendem mais cultura, novas experiências de vida e promovem a circulação saudável de meu dinheirinho pelo planeta. Conheço gente que tem um carro que daria pra comprar sua casa própria. Outras que andam em carros que dariam pra viajar pelo mundo por 10 férias... e não conhecem nem o nosso Brasil tão cheio de coisas pra ver e aprender...

5. Finalmente, a questão ecológica, fato contundente: tanto consumo não pode ser suportado pelo planeta. Aliás, tanto consumo de poucos! Sabe-se que 20% das pessoas consomem 80% das riquezas da Terra. Os outros 80% da população mundial vive em pobreza e miséria.

6. Não é à toa tantas campanhas, artigos, debates, palestras, pelo consumo consciente. Uma proposta que vem em socorro da humanidade, e para a solução de tantos sintomas negativos do consumismo, antagonismo até do espiritualismo.

Cultivemos a consciência! Consciência ecológica, consciência ética, consciência cidadã, e nós mesmos, que somos consciências em evolução.

Sobre a infeliz derrubada de árvores na Academia Pernambucana de Letras

Escrevi esta carta em desabafo quanto à derrubada - sim - aquilo não é poda, das árvores na Academia Pernambucana de Letras, no início do mês. Envergonha-me acima de tudo, pela ação ter vindo de um órgão que deveria representar a elite intelectual de nosso Estado. E ainda deram justificativas "técnicas" para a ação, numa autodefesa apelativa e de isenção ante a "nomes" que significariam garantia de idoneidade da derrubada. Só me vinha o tempo todo à mente, o pensamento distorcido "o que esperar do resto de um povo, se sua elite intelectual demonstra tal incapacidade?". Mas recuperei minhas esperanças e forças de engajar-me em ações por uma sociedade melhor. Assim, prefiro pensar que as pessoas responsáveis por tal projeto para os jardins, sofreram um lapso mentalsomático. Melhor seria, que ao invés de buscarem argumentos oriundos de mecanismos de defesa do ego, reconhecessem os erros - afinal, somos todos humanos - e executassem as soluções. O que não faltam, são boas alternativas compensatórias, como por exemplo o replantio de árvores nos jardins da APL, escolhendo espécies mais nobres da nossa quase extinta mata atlântica! E desta vez, garantir qualidade intelectual nas escolhas.